Nem todo mundo sabe, mas a ideia de criar um bufê foi a solução que encontrei para criar uma espécie de laboratório gastronômico, ou melhor, uma cozinha criativa. Eu queria cozinhar aquilo que gostava. Queria misturar as receitas de família a técnicas clássicas e, principalmente, trabalhar com os ingredientes que mais gosto. Pra completar, queria finalizar esses preparos com ingredientes que pudessem vir também da minha horta ou direto da fazenda. O bufê era perfeito até porque venho de uma família que adora festejar e criar produções para cada evento. Então, era o casamento perfeito!
O bufê também era uma forma de viabilizar essa pesquisa gastronômica, testar produtos e combinações e, principalmente, desenvolver pratos mais artesanais. Eu queria evitar produtos ultraprocessados e tentar chegar ao máximo possível da autonomia na produção dos nossos próprios ingredientes.
Hoje produzidos a maioria dos nossos pães, massa folhada e outras bases, como molhos e o iogurte, que é feito com leite integral da nossa fazenda.
Dessa cozinha criativa saem todos os pratos que servimos no bufê hoje, além dos produtos que usamos nas cestas de presente e tábuas de frios. Dá gosto ver nossas aventuras culinárias se transformando em canapés, pães, bolinhos, empratados etc. Amo particularmente quando a gente consegue trazer para o bufê receitas de família.
O pãozinho com caponata, como falei, é nosso prato mais pedido. Além dele, também saíram direto do livro de receitas da minha mãe o sequilho de coco, o nhoque gaúcho (um biscoito que leva queijo na massa e uma calda de açúcar) e o pastelinho. Esse último, também uma atração do nosso cardápio, é uma espécie de empadinha de doce de leite que tem uma tradição que remonta à doceria portuguesa e que resiste até hoje em Goiás Velho, onde nasceram meus avós.
Por essas e por outras que a Berinjela Gastronomia é uma oportunidade incrível de transformar em negócio algumas lembranças e memórias muito, muito, muito queridas!